terça-feira, 28 de julho de 2009

♥ O amour... ♥


Há pessoas que só sabem amar na ausência, na distância, na certeza de uma proximidade previsivel e meticulosamente programada, onde o amor é dado a conta-gotas como se de uma doença se tratasse. Há pessoas que vivem com mais intensidade o amor ausente, perdido, esquecido ou ultrapassado, que saboreiam na solidão o prazer do reencontro, que partilham em sonhos e pelos fios do telefone sem fios os seus desejos e vontades com maior afecto e doçura do que se estivessem ao nosso lado. É desta matéria que são feitos os amores platónicos. No segredo de uma sala onde só a música se ouve, no recolhimento de uma cama de um só corpo, nas saudades mudas e raramente partilhadas com aqueles que se ama.

Felizmente há outras formas de amar. Só que são mais dificeis, custam a aprender e cansam-nos muito mais. Ainda não encontrei em nenhum dicionário o verbo dar como sinónimo de amar, mas talvez ainda não seja tarde. Porque não concebo outra forma de amar que não seja a da partilha dos afectos e do despojamento de tudo aquilo que somos, com tudo o que de bom e de mau isso possa representar, nos braços daquele que amamos.
Um grande amor nunca se fez sem entrega, e se não há entrega, então é porque não há amor.
Nascemos todos para amar, mas demoramos muitos anos a aprender que amar nem sempre é um verbo reciproco. Se essa fosse a primeira coisa a descobrir, viveriamos o amor de uma forma muito mais justa e serena.
O amor platónico é um amor egoista e esteril e devia ser proibido.

Mas enquanto estamos vivos, é preciso saber viver o amor, esquecer mágoas e matar inseguranças e acreditar que vale a pena amar alguém, que vale a pena partilhar o nosso amor, mesmo que quem o recebe não saiba abrir as mãos para o agarrar.
Se os homens sentissem mais e pensassem menos, seria diferente..